Nosso Fundador
Adolfo Kolping (1813 – 1865)
O Homem e a Obra
A Personalidade, A Instituição
Fundador da Obra Kolping, o Movimento Social Católico a serviço do trabalhador e sua família. Nascido em 08 de dezembro de 1813 na cidade Kerpen no centro oeste da Alemanha, estado de Colônia. Filho de Pedro Kolping pastor de ovelhas e sua esposa Ana Maria. Adolfo Kolping era o quarto filho dos cinco do casal. As experiências obtidas em casa, vividas em sua infância foi o início de um profundo toque missionário em sua alma.
O que fazia o ambiente a proporcionar este toque missionário era as virtudes familiares consolidadas que partiam dali. A religiosidade era vivida dia após dia proporcionando um clima de bondade, disciplina e alegria. Dignidade, responsabilidade, força, coragem de enfrentar a vida e sobretudo luta foram as virtudes alicerçadas na infância e juventude de Adolfo Kolping.
Kolping dizia uma frase que demonstrava as ações de religiosidade realizada em seu lar
“Quando minha mãe tomava o pão para dar de comer a seus filhos...levantava-o com uma mão e com a faca que segurava na outra, traçava uma cruz sobre o pão dizendo: “Deus o abençoe”. Nestas coisas consistia em a religiosidade cristã de nossa casa, e ela é praticada com tanto esmero pelo pai e pela mãe que nós, os filhos, estávamos acostumados a começar com invocação de Deus todas as coisas da vida, tanto as grandes como as pequenas, para que tudo se enveredasse pelo caminho certo e não nos faltasse nunca a eficaz benção de Deus”.
Kolping estudou em escola rural na cidade de Karpen e guardou as melhores lembranças desse tempo. Ele vivia em estado de pobreza e privações, porém estes nunca foram motivos de queixas ou desanimo e sim motivo de estimulo para o trabalho e superação. Os exemplos vivos de fé, trabalho e harmonia familiar foram os pilares de sua vida. Ele dizia
“ A Salvação do homem começa com o reestabelecimento do vínculo mais forte que o homem mantém entre si: O vínculo familiar”.
Um certo dia ainda adolescente, Adolfo Kolping, brincando realizou um par de sapatos para seu pai e ficaram de forma tão perfeita aos pés de seu pai. A partir deste momento iniciaria seu oficio como sapateiro.
Em 04 de julho de 1833 faleceu a mulher que reavivava sempre o fogo do amor e da fé em Deus, sua mãe.
Já em Colônia, Adolfo Kolping tornou-se o melhor no oficio de sapateiro, desde cedo ele já possui o desejo de seguir o sacerdócio, porém alguns obstáculos ainda eram persistentes em sua trajetória dificultando a realização de seu sonho.
Nesta época ele em contato com sua família expôs o desejo de ser vigário, sua vocação, onde seu pai ressaltou: “ Se Deus te chamou para esta outra vocação, ele te ajudará a realiza–la.
Não desistindo de seu sonho partiu para a cidade vizinha, onde obteve maior aceitação do vigário local o aconselhando a voltar a Colônia. “
Duas coisas medem o valor da pessoa: a grandeza moral e capacidade profissional”.
Mesmo com sua saúde sempre fragilizada Adolfo Kolping prosseguiu sua vida religiosa, acadêmica e profissional. Kolping ganhou uma bolsa de estudos da filha do patrão de seu pai na área de Teologia.
“Nosso lema é rezar, aprender a trabalhar e isto com responsabilidade e otimismo”.
Em 1844 Adolfo Kolping ingressava no seminário maior de Colônia onde preparava para o sacerdócio foram tempos de oração e reflexão. Em 13 de abril de 1845 foi ordenado a padre, mesmo dia em que seu pai faleceu.
Já em 1846 seu trabalho social com jovens tornando-se um sucesso Kolping fazia palestras religiosas, conferência sobre assuntos diversos, aulas de cultura, canto, missas, visitas a doentes, trocas de experiências, atividades, momentos de lazer.
Kolping foi eleito diretor da associação que frequentava as reuniões e fazia suas palestras. Em 1848 Adolfo Kolping introduziu algumas modificações nos estatutos da associação incluindo um comentário no final. Nele faz uma exortação aos jovens estabelecendo os objetivos para os membros da associação “Serem pais de família conscientes, cristãos autênticos e bons cidadãos.
Ele colocava a fé cristã na base de tudo, recomendando a união e ajuda para o alcance das metas e a alegria como expressão da sadia vitalidade do corpo.
Apesar de sua atuação comunitária, jamais deixou de lado sua atuação tipicamente sacerdotal.
“A fé em Deus nos faz acreditar no homem apesar de sua miséria. Quanto mais praticamos esta fé, tanto mais ela cresce”.
Em 06 de maio de 1849 coincidentemente na mesma hora em que Karl Marx falava aos operários de Colônia, Adolfo Kolping se reunia com 07 jovens na Escola Columbia fundando a primeira Comunidade Kolping, nascia a Obra Kolping.
Seu trabalho, a fundação, a Comunidade foi ganhando grande proporção no meio católico no qual professores, comerciantes, funcionários do Estado e sacerdotes aderiram a causa.
“ A Comunidade deve ser para seus membros como uma casa de família onde sintam se a vontade entre amigos em situação de igualdade e onde o convívio permita troca de alegrias e tristezas”.
Podemos considerar o efeito de crescimento da Obra como efeito multiplicador, o que proporcionou a magnitude da expansão do movimento
Podemos considerar os congressos, conferencias a divulgação e sobretudo as viagens de Kolping como o mecanismo fundamental para o crescimento.
Sobretudo foi necessária reestruturação adequando a este crescimento e adaptando as realidades locais. Ele sempre enfatizava a presença do assistente eclesiástico no movimento objetivando o movimento com bases solidificadas nos princípios religiosos.
Apesar da expansão rápida da Obra, sua estruturação estava assegurada mediante seus estatutos, infraestrutura, autonomia das fundações e o princípio democrático de participação.
“Cada um de nós se coloca de um jeito ou de outro, a serviço do que realmente acredita”.
Em 28 de maio de 1862, devido o conhecimento de sua Obra Adolfo Kolping foi recebido em audiência pelo Papa Pio IX apresentando pedidos ao Papa. Já em uma outra visita o Papa o nomeia ajudante de Câmara do Papa, título honorífico concedido por seu trabalho na associação.
Em 1865 Kolping adoece gravemente com dificuldade de respirar o que consequentemente levaria à sua morte em Colônia no dia 04 de dezembro de 1865 aos 52 anos de idade. A notícia de sua morta atravessou a cidade como um relâmpago. A sociedade sabia que ele tinha lutado até morrer para que eles pudessem viver dignamente, livres, capazes e independentes.
Em 30 de abril de 1866 os restos mortais de Adolfo Kolping foram retirados de seu tumulo e conforme seu desejo foram enterrados diante do altar de São José na igreja dos Minoritas.
Em 1926 iniciava os preparativos para Beatificação de Adolfo Kolping, mas infelizmente mediante a segunda guerra mundial o processo ficou parado, porém no dia 22 de janeiro de 1991 o Papa João Paulo II assinou o decreto que concluía o processo de milagre do padre Kolping dando encerramento ao processo de Beatificação. A notícia foi recebida com grande jubilo e entusiasmo pelas Comunidades Kolping presente em 35 países.
Por Danilo Ferreira Martins de Paula
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